A Penitenciária Federal de Mossoró, situada na Região Oeste do Rio Grande do Norte, foi palco de uma audaciosa fuga protagonizada por dois detentos de alta periculosidade. Identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, os fugitivos carregam consigo um extenso histórico criminal que causa alarme.
Originários do sistema prisional do Acre, os dois criminosos acumulam mais de 80 processos judiciais, todos catalogados no Tribunal de Justiça do Acre. Segundo o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), suas condenações totalizam assombrosos 155 anos de prisão, delineando uma trajetória marcada por violência e delitos.
A ligação dos foragidos com o Comando Vermelho, conforme informado pelo Ministério da Justiça, adiciona um elemento de preocupação adicional, uma vez que essa facção criminosa é liderada por Fernandinho Beira-Mar, que também cumpre pena na unidade federal de Mossoró.
A transferência dos fugitivos para a penitenciária de Mossoró ocorreu em decorrência de sua participação em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos, incluindo três decapitados.
Rogério da Silva Mendonça, cuja ficha criminal é repleta de mais de 50 processos, enfrenta condenações que incluem crimes hediondos como homicídio e roubo, totalizando uma pena de 74 anos de prisão. Enquanto isso, Deibson Cabral Nascimento, envolvido em mais de 30 processos, responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo, acumulando uma sentença de 81 anos atrás das grades.
O histórico de transferências dos fugitivos revela que antes de serem alojados na penitenciária de Mossoró, ambos passaram pela Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), evidenciando uma mobilidade no sistema prisional que, agora, levanta sérias questões sobre a segurança e a eficácia das medidas de contenção.
A atual reforma em curso na penitenciária federal de Mossoró, conforme observado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça (Senappen), suscita suspeitas de que as obras possam ter facilitado a fuga dos dois presos, destacando a urgência de uma investigação rigorosa e de medidas preventivas para conter futuras ocorrências semelhantes.